Gestores públicos e iniciativas da sociedade civil debatem os limites e potencialidades da gestão cultural

A atividade faz parte do ciclo de colóquios sobre gestão cultural engendrados na programação semestral do LABAC

34654427513_d4707aa269_o

Nesta manhã, o debate estabeleceu-se em função das “Perspectivas e possibilidades da gestão”, visando compreender melhor a estrutura da gestão cultural, trocar experiências sobre seus limites e potencialidades e auxiliar na formação dos estudantes. O encontro aconteceu no último dia 1º de junho, na sala Interartes, do IACS I – UFF.

A atividade contou com a presença de representantes de diferentes equipamentos e iniciativas culturais atuantes na cidade de Niterói e estado do Rio de Janeiro, dentre eles: Kátia de Marco do Museu Antônio Parreiras, Marilda Ormy  do Teatro Municipal de Niterói, Cleise Campos da Secretaria Estadual de Cultura – SEC/RJ e Márcio Selles da Orquestra de Cordas da Grota. O debate aconteceu sob a mediação do professor Luiz Augusto Fernandes Rodrigues, professor titular do Departamento de Artes da UFF, coordenador do Laboratório de Ações Culturais (LABAC – UFF) e professor do Programa de Pós-Graduação em Cultura e Territorialidades (PPCULT).

34654429873_1d708f8538_o
Estudantes de produção cultural, demais cursos da UFF e de outras instituições assistem à apresentação dos convidados

A música abriu novos caminhos. Um caminho informal para a troca de saberes e incentivo à auto expressão. Márcio Selles, co-fundador da Orquestra de Cordas da Grota, falou sobre a fundação da instituição. Fruto da inspiração de sua mãe, Otávia Paes Selles. O primeiro instrumento a ser ensinado foi a flauta doce, na Grota do Surucucu, em Niterói, berço do projeto. A construção de parcerias com outras iniciativas fez com que o curso pudesse acontecer em mais lugares como São Gonçalo, Itaboraí e Maricá. Sua estruturação também se dá em função de seu caráter retroalimentar, onde os próprios alunos se formam e viram professores do curso. O grupo se consolida ao longo de seus próprios processos e em função deles, sendo os próprios componentes afetados estruturalmente e estruturados uns pelos outros.

 

Cleise Campos, representante da SEC/RJ, apresentou as perspectivas e potencialidades da gestão pública em cultura considerando a estruturação do Conselho Estadual de Política Cultural. Implantado em 2016, através da Lei nº 7035, este faz parte do Sistema Estadual de Cultura. Cleyse expôs um resumo do processo ocorrido entre 2009 e 2015 para a implementação dessa Lei Estadual de Cultura que, segundo ela, “cumpre um papel histórico, pertinente com os tempos que vivemos hoje”.

 

“No teatro não existe surpresa, vamos combinar tudo”, disse Marilda Ormy relembrando momentos históricos vividos no Teatro Municipal de Niterói e o aprendizado advindo dessas experiências. A gestora falou ainda sobre o teatro como uma jóia preciosa, um orgulho nacional e o valor da equipe que trabalha por trás dos palcos para que os espetáculos possam acontecer. “A maior dificuldade do teatro é a de contar com pessoas que saibam mantê-lo vivo”. Citando o depoimento de uma artista que se apresentou no teatro, Marilda Ormy relembra e reconhece o trabalho da equipe de produção.

 

A diretora do Museu Antônio Parreiras, Kátia de Marco, apresentou um panorama histórico com relação à construção das instituições públicas culturais. “Dirigidas ao público e geridas pelo Estado, já nascem com o desafio de atender e interagir com o público, de levar a cultura como um fator de desenvolvimento para a população. No entanto, permanecem limitadas pelas questões financeiras e ideológicas do Estado”. Os equipamentos culturais foram concebidos como ferramentas de contato do público com a produção artística e divulgação das conquistas da ciência positivista. “São uma forma de construir a opinião pública e a memória coletiva.” Compartilhando a informação de que 70% da população nunca foi a um museu, a gestora traz à tona a contradição desse projeto.

O professor Luiz Augusto concluiu o tempo de apresentação dos convidados da mesa com uma análise sobre as falas e seus contextos. “Todos estão falando sobre estratégias de participação nas políticas ou programas institucionais. É necessário tratar o sujeito como participante da ação cultural” Relembrou a validade das relações políticas internas nas instituições e a necessidade de pensar uma política cultural de acesso físico, financeiro e cognitivo.

 

Colóquios em gestão de cultura 2017
Programação completa da série de colóquios ocorridos no primeiro semestre do ano de 2017.

Gostou de descobrir um pouco mais sobre o que está acontecendo na programação do LABAC UFF? Compartilhe em suas redes sociais para que mais pessoas também possam ficar sabendo do que acontece por aqui.

Deixe um comentário